O Facebook é uma empresa que desenvolveu um sistema informático que recolhe e distribui conteúdos editoriais e pessoais. Qual é o negócio? Estes conteúdos permitem catalogar perfis de interesses dos utilizadores, e vender campanhas publicitárias de acordo com esses perfis. Biliões de dólares.
O software em si nada tem de especialmente complexo. Qualquer pequeno grupo de programadores consegue montar sistemas idênticos em pouco tempo.
A «originalidade» foi aproveitar o momentum criado por outras plataformas sociais (Hi5 e MySpace) para parasitar os conteúdos jornalisticos dos grandes grupos editoriais, camuflando o colossal «roubo» com uma narrativa idílica de «liberdade» e «comunidade global».
Para obter receitas publicitárias é necessário dirigir certeiramente a publicidade, ter o perfil pessoal dos interesses dos utilizadores. E quanto maior é a quantidade e diversidade dos conteúdos, maior a acutilância dos perfis. Esse conteúdo vem sobretudo dos milhares de meios de comunicação social que são citados permanentemente no Facebook. São eles que fornecem os conteúdos mais sólidos que dão a credibilidade ao Facebook e que permitem àquela empresa parasitar a maior fatia de receitas de publicidade.
Incrivelmente, os editores cairam na armadilha e acabaram por promover os seus conteúdos nessas mesmas plataformas norteamericanas ( Facebook e Google) que lhes parasitam e plagiam os seus próprios conteúdos e sugam as suas receitas publicitárias.
Passados estes anos, não só estamos perante uma catástrofe comunicacional que todos conhecemos, com gravíssimas implicações para os regimes democráticos, como assistimos a uma sangria e falência dos jornalistas e seus meios de comunicação social.
Esta situação pode ser rapidamente alterada e resolvida.
É urgente que surja uma Cooperativa de jornalistas e meios de comunicação social para a criação de uma Rede Social Europeia que congregue todos os seus conteúdos editoriais, permitindo igualmente que os utilizadores possam interagir e partilhar os seus próprios conteúdos pessoais. Uma rede social.
Além de conteúdos noticiosos, a plataforma deverá agregar dezenas de milhões de outros conteúdos, académicos, sebentas universitárias, informações técnicas, empresariais e governamentais, de modo a desenvolver uma poderosa biblioteca Global de actualidade e conhecimento. A Rede Social também deverá desenvolver aplicações de apoio ao teletrabalho, gestão colaborativa, saúde e educação.
A Cooperativa terá um departamento técnico para desenvolver o software necessário e deverá controlar a gestão de publicidade, cujas receitas serão distribuídas pelos seus cooperantes, permitindo assim a sustentabilidade e autonomia financeira dos autores, jornalistas e empresas cooperantes.
A Rede Social Europeia contará igualmente com motores de pesquisa, serviços de email e armazenamento de dados na nuvem e vários outras aplicações de serviço ao público em geral.
Deverão ser desenvolvidas ferramentas para que empresas possam distribuir os seus produtos aos utilizadores, de acordo com os seus perfis de interesse.
A Cooperativa, conjuntamente com os Governos europeus, deverá garantir a segurança de comunicação e privacidade, denunciando informação falsa e manipulação eleitoral.
Paralelamente, deverá ser proibida toda a transmição destes milhões de conteúdos editoriais noutras plataformas, tipo Facebook, Google ou Twitter.
A Cooperativa deverá ter como cooperantes jornalistas, associações, empresas de comunicação social, universidades, bibliotecas, arquivos e outras entidades fornecedoras de conteúdos, garantindo a independência editorial e liberdade de expressão de acordo com uma Carta de Princípios acordada entre os cooperantes, com base na Lei Europeia